Doçura!

Hoje foi o meu último dia de trabalho na clínica. Fiquei orgulhosa quando me disseram que o meu lugar estaria assegurado, caso voltasse a Portugal. Houve choro e desejos de muitas coisas boas.

Não gosto de despedidas. Não só porque pretendo continuar a fazer parte da vida das pessoas que são importantes para mim mas porque as circunstâncias em que as conheci são tão distintas que por vezes é difícil juntá-las. Por outro lado, a minha vida às vezes revela-se uma grande peneira e os amigos que afinal não o eram vão ficando para trás...

Já cheira a Natal! Hein?!

Não, não é porque as pessoas se estão a tornar mais cívicas e a deixar de ir para a porta das Finanças às 7h da manhã (amanhã lá estou eu batida outra vez), também não é porque se deu lugar às críticas construtivas e cada 9 em 10 pessoas deixou de se queixar de tudo e de todos, muito menos porque o espírito de amizade anda no ar (parece que como não dei a conhecer todos os passos do meu processo para trabalhar no estrangeiro andei "a fazer as coisas pela calada" e agora devo perder mais uma amiga)... é porque o Polar Postcrossing está aí! E eu, como não poderia deixar de ser, volto a participar. E este ano, aqui para os meus lados, será à grande e à francesa!

Coisas que sabem bem...

... passar uma parte da noite perto da lareira, a ver séries, comer as primeiras castanhas do ano e contar as novidades aos amigos.

... conseguir dormir uma noite inteira.

... amizades que afinal não estavam perdidas.

... saber como somos queridos e respeitados no nosso local de trabalho.

... receber ajuda sem a pedir.

... ir, a pouco e pouco, riscando as inúmeras tarefas que estipulei completar antes de partir.

Um dia ainda vou trabalhar numa biblioteca...

Por aqui vasculham-se baús de memórias e põe-se de parte o essencial para começar uma nova etapa, num outro local. No meio do processo vão-se encontrando coisas inesperadas como bilhetes já esquecidos ou os resultados do meu teste psicotécnico em que as minhas áreas vocacionais mostraram ser a Investigação, a Escrita e as Relações Humanas. 

Esta será a minha última semana em Portugal durante algum tempo. Hora de fazer as despedidas e de me preparar para um novo desafio!

Next stop...

...Bourges! Finalmente! Há que começar por algum lado...

Le sens de la vie

Na viagem de regresso a casa de hoje dei por mim a pensar no quanto a vida pode ser irónica. Já de há algum tempo para cá que imagino o meu futuro sem ter necessariamente uma pessoa ao meu lado mas vejamos: poderia dizer que "ficaria para tia" dado o caso de ter algum irmão, que não tenho, ou ainda que me rodearia de gatos, se a minha relação com estes animais não fosse do género "acho que precisamos de espaço". Logo, as coisas não se assemelham fáceis...

Acabei de ler um romance. Mais um. Desta vez em francês para não me sentir tão culpada por não estar a ler o que realmente devia... 

Mais um dia de silêncio deixou-me inquieta. Estou nostálgica e a precisar de um abraço apertado.

Hello, world

Hoje espera-se tempestade. Depois de um fim-de-semana praticamente dedicado à leitura, agora é hora de voltar ao mundo real. Será que é hoje que vou ter novidades?

E o fim-de-semana termina com...

... uma chamada anónima! Quer dizer, o número até estava visível, pelo indicativo vejo que é de Santarém, mas não conheci a voz do suposto moço que fingia que não me ouvia. E já não é a primeira vez que me telefona... O que me deixa espantada é que aquele meu número não é do conhecimento de muita gente...

É mais uma para juntar ao rol das chamadas em número privado (fora as tentativas de me venderem alguma coisa), daquelas que eu atendo e só oiço a respiração de alguém (será a minha voz assim tão espectacular?) ou então uma música no fundo (sim, já me ligaram para que eu ouvisse o genérico do "Anjo Selvagem" e não foi bonito!). Fora algumas mensagens esquisitas que também tenho recebido...

Smile a little brighter...

É de mim ou as semanas estão a passar a correr? Hoje tive um sonho tão bom...

Moby-Dick

Das poucas memórias que tenho do meu pai, aquela de acompanhá-lo, de mão dada, a um café que se situava na cave de um prédio perto da nossa casa, é uma das mais vivas. Íamos lá várias vezes e lembro-me da atmosfera escura pela falta de janelas e fraca iluminação artificial, assim como de me serem oferecidas regularmente bolas transparentes com um prémio lá dentro. Uns anos mais tarde, já sem o meu pai perto de mim, aquele café passou a ser um bar de alterne encostado a uma estrada nacional. Conseguia sempre saber a que dias estava a funcionar pela dificuldade de estacionar à porta da minha casa. Como se chamava? Moby Dick... por isso, em vez de ligar o nome à famosa baleia, esse nome tem para mim uma conotação bastante diferente...

Ficar contigo

Às vezes ainda me lembro de como aceitei jantar contigo uma última vez. Tu não sabias, mas foi a forma que encontrei de me despedir de ti, de saber que aquele seria o último abraço apertado que te daria. Se há coisa que aprendi com o passado é que existem relações que, quanto mais tentamos remendar mais o rasgão se evidencia...

1 ano

Esta chuva que não pára de cair faz com que a minha vontade de ficar em casa enroscada no sofá com uma bebida quente e umas  torradas aumente exponencialmente...

 

Mas hoje é um dia especial ainda por outro motivo. Há um ano atrás comecei a trabalhar na clínica onde me encontro ainda hoje. E pensar que queriam que eu fizesse só uma substituição de um mês... O tempo voou.

Rien de rien...

Quando estou com uma pessoa que perdeu um familiar ou alguém querido fico sempre um bocadinho atrapalhada. É que as pessoas são todas diferentes e reagem às situações de diversas formas. Se uma pessoa ainda não assimilou o que aconteceu, não me parece muito bem estar a desejar-lhe "os meus sentimentos" e depois perguntar como é que X pessoa morreu (como eu vejo muita gente fazer...). Há também aqueles que estão tão cansados de perguntas sobre o assunto, que anseiam outro tema de conversa, talvez até algo mais alegre. Agora descobrir em que "fase" é que a pessoa está foi algo que nunca esteve dentro das minhas competências inatas. Posto isto, pergunto-me se será boa ideia aventurar-me na área dos cuidados paliativos...

Mensagens fofinhas

Mais uma semana, mais um desafio... Ready or not?

Sardines

O dia amanheceu chuvoso como eu adoro. Para uns, o largo foi o ponto de encontro escolhido para mais um passeio de bicicleta. Para outros, a romaria até à praia começou bem cedo e a espera pelas ondas perfeitas continua. Para mim, resta-me fazer figas para que a concentração não ande por aí a saltitar e este seja um dia produtivo. Amanhã: exame oral.

Aqui, respira-se surf...

Não gosto que se aproximem de mim unicamente quando existe uma segunda intenção ou interesse. Não gosto que me copiem os passos como se o meu caminho fosse o único caminho correcto. Eu ajudo, respondo a dúvidas, dou sugestões, mas cada pessoa tem que fazer as suas próprias opções e não copiar as dos outros (e já agora, trabalhar um bocadinho, não?).

 

E esta dependência surpreende-me porque eu raramente peço ajuda a alguém e normalmente desenrasco-me sempre sozinha. Porque será que os outros não conseguem chegar aos mesmos sítios que eu se todos nós temos acesso à Internet e a um telefone?

 

Se calhar estou a ser um bocadinho mazinha, mas às vezes fazem com que me sinta claustrofóbica... Talvez seja por isso que saio sempre desiludida no que concerne ao meu círculo de amizades.

Let's get started...

Depois de uma noite cheia de pesadelos bem obscuros (felizmente já não me lembro dos pormenores...) em que as insónias voltaram a atacar, um dos primeiros pensamentos que tive esta manhã foi: porque é que eu nunca conseguirei estar numa relação sem compromissos? Porque me maravilho pelas pessoas erradas. Posso até não me apaixonar, mas fico maravilhada com a minha idealização magnífica delas e penso que estou apaixonada. Tem tudo a ver com os pesadelos (not)...

Friday

Hoje já é sexta-feira! Amanhã tinha a possibilidade de ir a Évora ou jantar em Lisboa mas tenho tanto que fazer durante o fim-de-semana que não vai mesmo ser possível. Me first...

Nunca te arrependas de algo que um dia te fez sorrir...

Nunca um banho lhe tinha sabido tão bem. Entrou na sala com o cabelo molhado e uma t-shirt dele. Ele estava no sofá e, com um olhar maravilhado e um sorriso enorme, abriu os braços em jeito de convite para um abraço inesquecível que marcou um fim-de-semana maravilhoso. Ao lembrar-se destes momentos ela sorri, embora a única prova de que aconteceram seja a t-shirt dele no fundo do armário do seu quarto, pois as pessoas dessa memória já não são as mesmas. 

"A mensagem mais fofinha"

É assim que tenho passado os últimos dias, à espera de uma chamada para marcar uma entrevista no Porto e dar mais um passo na direcção da mudança.

 

A verdade é que a frase da imagem está incompleta porque não basta esperar por algo melhor, temos também que nos mexer um bocadinho para que tal aconteça.

 

 

Cada vez mais me dou conta do quão fácil é dar um presente a alguém quando conhecemos bem essa pessoa. A minha mãe sempre teve dificuldade em oferecer-me o que quer que fosse porque o pensamento dela é: "Ah... isto é tão giro para mim! Ela vai gostar de certeza!!!". Não a censuro porque eu admito que sou uma pessoa bastante complexa...

 

Ontem dei mais um bocadinho de alegria ao seu dia. Já há uns tempos que deixei de ligar especialmente a datas e lhe ofereço pequenas coisas quando vejo que têm tudo a ver com ela. A sua cor preferida é o verde e os cavalos a sua paixão (para não falar no Surf e no Ténis). À frente da minha clínica existe uma loja de perder a cabeça com tudo o que são cadernos e acessórios fofinhos de marcas como a NICI e etc. Há uns tempos fizeram uma montra só com coisas de cavalos. Foi só entrar e escolher...

Bom dia, alegria!

Esta semana mudei de horário e passei a entrar às 10h30. Pontos positivos: acabo por acordar à mesma hora e, como sou mais produtiva da parte da manhã, consigo adiantar bastante trabalho antes de sair de casa. Pontos negativos: a essa hora só consigo arranjar estacionamento a 1km de distância da clínica onde trabalho, mas nem tudo é mau porque assim sempre mexo as perninhas e faço exercício de manhã e à tarde! O pior foi no primeiro dia, em que andei numa correria desgraçada para conseguir chegar a horas (sim, porque eu costumo chegar sempre pelo menos 15 minutos antes da hora...)

 

O que não me agrada nada são as insónias que se têm vindo a instalar a meio da noite. Deve ser da ansiedade...

Os dados estão lançados...

Na clínica onde trabalho encontro pessoas com as mais diversas personalidades. Dentre elas, sobressaem os "conversadores profissionais", pessoas que, não sei como, passam horas a falar (até com desconhecidos) e nunca ficam sem fôlego. Torna-se um bocadinho maçador quando começam a repetir mais do que 3 vezes a mesma história, ora porque ficam sem assunto, ora porque têm uma audiência diferente. Torna-se ainda mais irritante quando usam a conversa para passarem o dia a queixar-se da crise e da austeridade mas, nos intervalos, contam os pormenores da viagem que fizeram a semana passada a Praga. Enfim...

Contrariada?

Não me considero uma pessoa rancorosa e muito menos vingativa, mas quando alguém me magoa ou é incorrecto comigo dificilmente o esqueço e muito dificilmente volto a confiar nessa pessoa.

Já lá vai o tempo em que tento moldar-me para agradar a terceiros, principalmente terceiros que não o merecem e confundem medo com respeito. 

Hoje o meu lema foi: A vida é curta demais para perdermos tempo a fazer algo contrariados. 

A new day

Depois de um feriado para esquecer, hoje consegui fazer algo de útil, mimar-me e actualizar-me a nível de séries.

Às vezes esqueço-me de que é preciso parar, contar até 10, respirar fundo e, então, seguir em frente. Eu costumo querer o "já, agora e bem" e normalmente consigo. Devo estar mal habituada.

Hoje fiz alguém rir. Dar aquelas gargalhadas que trazem lágrimas de tão sentidas. E soube-me bem. Apreciar a beleza do céu estrelado sobre a calma das ondas do mar. Soube-me muito bem.

Há coisas que não têm preço...

"Entre ontem e hoje, devo ter perdido uns 10 anos de vida". Foi uma das primeiras coisas que disse quando cheguei hoje a casa dos meus avós.

 

Eu tenho trabalho, que tenho, mas como as coisas estão cada vez piores já há algum tempo que ando a preparar a minha partida. Como a burocracia era muita resolvi falar com uma agência de recrutamento. Ajudaram-me imenso, consegui tudo em tempo record e já os conheci pessoalmente. Tudo muito bem. Mas, agora que já só falta escolher a proposta e ir... não têm propostas para me apresentar! Eu, armada em impaciente e com medo de não estar a fazer a escolha mais correcta, começo a contactar outras agências... Não me arrependo porque fiquei com outras perpectivas e mais opções, mas há pessoas que não deviam ser autorizadas a trabalhar na área de recrutamento. Hoje recusei um salário de 2.250€ porque basicamente me trataram como uma mercadoria. Para além de me ligarem incessantemente para o meu local de trabalho, queriam que eu tomasse a decisão de aceitar ou não a proposta na minha hora de almoço! E então que a decisão de mudar completamente de vida é uma coisa que se faz de ânimo leve... Detesto que me pressionem a tomar decisões importantes. E detesto ter que dizer que não a oportunidades que poderiam ser boas (pelo menos a nível monetário). Mas desta vez teve mesmo que ser...

Sul?

É exactamente isso que tem acontecido... o filtro é demasiado denso e as palavras não saem. Anda meio mundo a enganar o outro, o meu avô com insónias, a minha avó a querer vender o recheio da casa, a minha mãe deprimida... tudo isto porque estou a pensar ir embora? Chego ao final do dia estafada.

Mas já sentia falta de chegar a casa antes das 20h, de passar parte da tarde a ver uma série ou a descobrir coisas engraçadas na Internet.

Quanto ao futuro? Voltou a ficar desfocado. E eu que até já o preço dos bilhetes de cinema sabia, no caso de me mudar para aquela cidade, perto de Paris. 

Outubro

Hoje foi o dia mundial da música e eu lembrei-me do poder relaxante que esta tem em mim. Hoje foi também o dia de passar umas horas à beira mar a comer um gelado e a conversar. A vida podia ser pior...